O peixe-cego e um novo olhar sobre o processo evolutivo

O papel de mutações não herdadas dos ancestrais (mutações de novo) no processo evolutivo já é reconhecido pelos cientistas. No entanto existe um outro tipo de alteração no genoma que vem ganhando importância como agente participante da evolução das espécies: a variação críptica.
Variações crípticas são caracterizadas como alterações neutras no genoma: que se acumulam com o passar do tempo, sem induzir alterações nas características observáveis do indivíduo.
Rohner e colaboradores, defensores do papel destas variações na evolução, publicaram um importante trabalho na revista Science (Ronher N, Jarosz DF, Kowalko JE, et al. Cryptic Variation in Morphological Evolution: HSP90 as a Capacitor for Loss of Eyes in Cavefish. Science. 2013; 342: 1372-1375) sobre o caso do peixe-cego (Astyanax mexicanus). Este é um peixe encontrado de duas maneiras na natureza: com olhos (habitante de águas de superfície) e sem olhos total ou parcialmente (habitante de cavernas subaquáticas).
Os pesquisadores notaram que a proteína de choque térmico 90 (HSP90) participa, no animal, de um processo de se mascarar variações no tamanho dos olhos: impedindo que o efeito das variações crípticas acumuladas seja notado.
Assim sendo, concluíram que as variações crípticas são neutras apenas em situação normal de existência da espécie. Mas, em situações estressantes, estas variações podem ser desmascaradas e contribuir de fato para modificações fenotípicas. Ou seja, estas variações podem oferecer substrato para ação natural de seleção dos organismos mais aptos à sobrevivência numa nova condição ambiental apresentada.
Variações crípticas são caracterizadas como alterações neutras no genoma: que se acumulam com o passar do tempo, sem induzir alterações nas características observáveis do indivíduo.
Rohner e colaboradores, defensores do papel destas variações na evolução, publicaram um importante trabalho na revista Science (Ronher N, Jarosz DF, Kowalko JE, et al. Cryptic Variation in Morphological Evolution: HSP90 as a Capacitor for Loss of Eyes in Cavefish. Science. 2013; 342: 1372-1375) sobre o caso do peixe-cego (Astyanax mexicanus). Este é um peixe encontrado de duas maneiras na natureza: com olhos (habitante de águas de superfície) e sem olhos total ou parcialmente (habitante de cavernas subaquáticas).
Os pesquisadores notaram que a proteína de choque térmico 90 (HSP90) participa, no animal, de um processo de se mascarar variações no tamanho dos olhos: impedindo que o efeito das variações crípticas acumuladas seja notado.
Assim sendo, concluíram que as variações crípticas são neutras apenas em situação normal de existência da espécie. Mas, em situações estressantes, estas variações podem ser desmascaradas e contribuir de fato para modificações fenotípicas. Ou seja, estas variações podem oferecer substrato para ação natural de seleção dos organismos mais aptos à sobrevivência numa nova condição ambiental apresentada.

por
Bacharel em Bioquímica pela Universidade Federal de São João Del-Rei: Campus Centro Oeste - Dona Lindu (UFSJ: CCO-Dona Lindu), mestre em Bioquímica e Imunologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutoranda em Bioquímica e Imunologia (UFMG). Trabalha atualmente com nanomateriais como veículos de entrega de genes. http://lattes.cnpq.br/0507679642298410-
O que é Bonsai? Colunista Portal - Educação
-
Agricultura Convencional x Agroecologia Fulvio de Souza Pelli
-
Catalisadores químicos e bioquímicos José Carlos Quilles Junior
-
Classificação das glândulas Colunista Portal - Educação
-
Metabolismo dos Carboidratos Leonardo Barboza Bacelar
-
Estrutura e função dos ácidos nucléicos como constituintes celulares Colunista Portal - Educação