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Metaplasia escamosa

A substituição fisiológica do epitélio colunar revertido por um epitélio escamoso recém-formado é denominada de metaplasia escamosa. O meio vaginal é ácido durante os anos reprodutivos e gravidez. Acredita-se que a acidez desempenha uma função na metaplasia escamosa.

Quando as células são repetidamente destruídas pela acidez vaginal no epitélio colunar em uma área de ectrópio, com o tempo elas são substituídas por um epitélio metaplásico recém-formado.

A irritação do epitélio colunar exposto ao meio vaginal ácido leva ao surgimento de células subcolunares de reserva . Essas células proliferam, produzindo uma hiperplasia de células de reserva e com o tempo formam o epitélio escamoso metaplástico.

O processo metaplásico requer o surgimento de células indiferenciadas, cubóides, subcolunares denominadas de células de reserva, porque o epitélio escamoso metaplásico resulta da multiplicação e diferenciação dessas células. Com o tempo, estas se dispersam do epitélio colunar persistente.

A origem exata das células de reserva não é conhecida, embora se acredite que se desenvolvem a partir do epitélio colunar, em resposta à irritação pela acidez vaginal.

O primeiro sinal da metaplasia escamosa é o surgimento e proliferação de células de reserva. Isto é inicialmente visto como uma única camada de pequenas células arredondadas com núcleos de coloração escura, situados muito próximos aos núcleos das células colunares, que continuam a proliferar e produzem uma hiperplasia de células de reserva.

Morfologicamente, as células de reserva têm um aspecto semelhante às células basais do epitélio escamoso original, com núcleos arredondados e citoplasma escasso. À medida que o processo metaplásico progride, as células de reserva proliferam e se diferenciam para formar um epitélio multicelular fino de células escamosas imaturas sem evidência de estratificação.

Usa-se o termo epitélio escamoso metaplásico imaturo quando há pouca ou nenhuma estratificação neste epitélio metaplásico fino recém-formado. As células do epitélio escamoso metaplásico imaturo não produzem glicogênio e, portanto, não adquirem coloração castanho-clara ou preta com a solução de Lugol. Grupos de células colunares que contêm mucina são implantados no epitélio escamoso metaplásico imaturo neste estágio.

Numerosos campos e/ou focos isolados ou contínuos de metaplasia escamosa imatura podem surgir ao mesmo tempo. Tem sido sugerido que a membrana basal do epitélio colunar original se dissolve e é formada novamente entre células de reserva em proliferação e diferenciação e o estroma cervical.

A metaplasia escamosa começa em geral na junção escamocolunar original, no limite distal da ectopia, mas também pode ocorrer no epitélio colunar próximo a esta junção ou como ilhotas dispersas no epitélio colunar exposto.

Com o avanço do processo, as células escamosas metaplásicas imaturas se diferenciam em epitélio metaplásico estratificado maduro. Para fins práticos, este se assemelha ao epitélio escamoso estratificado original.

Algumas células colunares residuais ou vacúolos de muco são vistos no epitélio escamoso metaplásico maduro, que contém glicogênio a partir da camada de células intermediárias. Portanto, ele adquire uma coloração castanho-clara ou preta depois da aplicação de solução de Lugol.

Vários cistos, denominados de cistos de Naboth (folículos), são vistos no epitélio escamoso metaplásico maduro. Os cistos de Naboth são cistos de retenção que se desenvolvem como resultado da oclusão de uma abertura ou desembocadura de criptas endocervicais pelo epitélio escamoso metaplásico suprajacente.

O epitélio colunar encoberto segue secretando muco que com o tempo fica cheio e distende o cisto. O muco encarcerado confere um matiz branco-marfim a amarelado, ao cisto, no exame visual.

O epitélio colunar na parede do cisto é achatado e, por fim, destruído pela pressão do muco. As desembocaduras das criptas no epitélio colunar, não ainda recoberto por epitélio metaplásico, permanecem como aberturas das criptas.

A distância total de alcance do epitélio metaplásico sobre a ectocérvix é estimada pela localização da abertura de criptas mais distante da junção escamocolunar. A metaplasia escamosa é um processo irreversível; o epitélio transformado (agora de natureza escamosa) não é revertido a epitélio colunar. O processo metaplásico no colo uterino é, às vezes, denominado de metaplasia indireta, já que as células colunares não se transformam em células escamosas, mas são substituídas pelas células cubóides subcolunares de reserva em proliferação.

A metaplasia escamosa pode progredir a uma velocidade diferente nas diversas áreas do colo uterino, e assim são vistas muitas áreas de graus bem diferentes de maturidade no epitélio escamoso metaplásico com ou sem ilhotas de epitélio colunar.

O epitélio metaplásico adjacente à junção escamo-colunar é composto de metaplasia imatura e o epitélio metaplásico maduro é visto próximo da junção escamo-colunar original.

O epitélio metaplásico imaturo recém-formado pode desenvolver-se mais em duas direções. Na grande maioria das mulheres, este se converte em um epitélio escamoso metaplásico maduro, semelhante para fins práticos ao epitélio escamoso original normal que contém glicogênio.
Em uma minoria de mulheres, pode se desenvolver um epitélio atípico displásico. Certos tipos de papilomavírus humano oncogênico (HPV) podem infectar de modo persistente as células metaplásicas escamosas basais imaturas e transformá-los em células atípicas com anomalias nucleares e citoplasmáticas.

A proliferação e expansão descontrolada dessas células atípicas podem levar à formação de um epitélio displásico anormal que pode regredir ao normal, persistir como displasia ou progredir para neoplasia invasiva depois de vários anos.

Acredita-se também que certo grau de metaplasia pode ocorrer por crescimento intrínseco do epitélio escamoso a partir do epitélio escamoso do ectocérvix.

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