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Hemograma: neutrofilos, eosinófilos, basófilos e linfócitos

Os leucócitos são as células mais abundantes no sangue periférico de adultos. Os neutrófilos maduros são células altamente especializadas no exercício da fagocitose e destruição intracelular de bactérias, principalmente por mecanismos que envolvem a ativação de peroxidação e uso de proteínas de seus grânulos e citoplasma como lisozimas, defensinas, proteínas catiônicas, entre outras.

A produção e circulação de neutrófilos, sua migração para os tecidos e a fagocitose de bactérias são razoavelmente bem conhecidos e servem como modelo da dinâmica dos granulócitos.

Eosinófilos

Eosinófilos representam até 3 – 5% dos leucócitos em circulação. São caracterizados pelo seu núcleo bilobulado e numerosas granulações alaranjadas no citoplasma, esses são ricos em peroxidase, arilsulfatase, fosfatase ácida e fosfolipase, mas não contêm fosfatase alcalina e nem lactoferrina.

Os eosinófilos têm uma atividade proinflamatória e citotóxica considerável, participando da reação e patogênese de numerosas doenças alérgicas, parasitárias e neoplásicas.

Eosinófilos e neutrófilos têm origens e funções semelhantes. No entanto, enquanto os neutrófilos acumulam-se rapidamente em focos de infecção bacteriana, os eosinófilos são atraídos para tecidos onde há invasão por parasitas ou sítios de reações alérgicas.

Basófilos

Basófilos são os grânulos mais escassos do sangue e caracterizam-se pela presença de grandes grânulos metacromáticos que são ricos em histamina, serotonina, sulfato de condroitina e leucotrienos.

Os basófilos têm similaridades funcionais com os mastócitos, mas são células distintas: os mastócitos são células do tecido conjuntivo que não entram em circulação e não são relacionados com os basófilos quanto à origem: seus grânulos são menores mais abundantes do que os basófilos.

Linfócitos

Os linfócitos que fazem parte do sistema imune têm como função principal defender o organismo contra infecções. Ocasionalmente, podem agredir o próprio organismo, causando doenças autoimunes.

Os linfócitos consistem primariamente em duas classes funcionais de células:

  • 1ª Os linfócitos T, que estão envolvidos em processos de imunidade celular e na regulação da síntese de anticorpos;
  • 2ª Os linfócitos B, que participam apenas nos processos de imunidade humoral e é o precursor da principal célula formadora de anticorpos do organismo – os plasmócitos.

Uma terceira classe de linfócitos, a célula assassina natural (natural killer – NK), também foi identificada. Ela diverge da linhagem de células T em estágio inicial; não necessita de condicionamento tímico; e difere funcionalmente da célula T porque ataca certos tipos de células-alvo sem sensibilização anterior da célula-alvo.

As células T e B são distribuídas diferentemente do tecido linfoide periférico. As células B são encontradas como agregados chamados folículos no córtex dos linfonodos, na polpa branca do baço e na submucosa do intestino e trato respiratório. Como já foi mencionada, a maioria dos linfócitos pequenos da medula óssea também são células B. As células T ocupam as áreas paracorticais dos linfonodos e as áreas interfoliculares dos acúmulos dos linfócitos na submucosa do intestino, tratos respiratório e urinário. As células T também formam uma densa bainha em torno das arteríolas centrais da polpa branca e do baço.

As células T se movem dos tecidos para o sangue e vice-versa; isto fornece um mecanismo para um controle contínuo pelas células T dos antígenos em todo o corpo. Normalmente, as células T constituem aproximadamente 70% dos linfócitos no sangue. As células B, que constituem 10 a 15% dos linfócitos circulantes também se movem nos dois sentidos entre sangue e tecido, mas em menor extensão do que as células T.

Deve-se notar que os linfócitos e granulócitos diferem fundamentalmente em seu ciclo de vida. Os granulócitos não podem se dividir apresentam uma sobrevida curta nos tecidos, e devem ser repostos continuamente por novos granulócitos da medula óssea. Os linfócitos liberados pelo tecido linfoide central para o tecido linfoide periférico, particularmente as células T, podem sobreviver como células imunocompetentes durante longo período.

No entanto, quando exposto a um determinante imunológico ao qual está programado para receber, o linfócito sofre ativação e se divide. À medida que o processo continua um clone expandido de linfócitos responsivos aquele determinante imunológico formado.

As principais células efetoras da linhagem T são as células T citotóxicas (CTL) e as células T auxiliares do tipo 1 (Th1), produtoras de citocinas pró-inflamatórias, enquanto que as células B atuam pela produção de imunoglobulinas. Ao contrário dos CTL, as células NK não dependem de contato prévio com o antígeno para exercerem sua ação citotóxica.

Linfócito B

Os linfócitos B são inicialmente produzidos no saco vitelino, posteriormente, durante a vida fetal, no fígado e finalmente na medula óssea, em íntima proximidade com as células do estroma. Um dos marcadores mais precoce da linhagem B é o CD19 de membrana que continua a expressar em todas as fases intermediárias de maturação, desaparecendo apenas nos plasmócitos, células especializadas na produção de imunoglobulinas.

A célula B é ativada quando exposta a um antígeno que ela conhece. Isso resulta, presumivelmente, da ligação cruzada pelo antígeno dos sítios de reconhecimento antigênicos da superfície (imunoglobulinas).

Linfócitos T

Ao contrário dos linfócitos B, os precursores T deixam a medula óssea e entram no timo, onde continuam com seu programa de diferenciação que incluem o rearranjo dos genes responsáveis pelos receptores de célula T (TcR), que ocorre de maneira similar ao das imunoglobulinas. No timo, esses precursores CD7+ sofrem um processo de maturação, que é extremamente complexo e resulta na formação de um repertório de células T funcionais.

A passagem dos precursores T pelo timo tem duas funções: a produção de células T maduras e a seleção de clones não autorreativos. Nesse processo, existe uma seleção positiva de linfócitos T e a seleção negativa de clones autorrestivos.

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