Amiotrofia Espinhal Infantil (AME)

A AME é a segunda desordem autossômica recessiva fatal, depois da fibrose cística (1:6000), afetando aproximadamente um em 10.000 nascidos vivos, com uma freqüência de 1/40 a 1/60 portadores e maior incidência no sexo masculino.
Os caracteres autossômicos recessivos são transmitidos por ambos os progenitores. Dessa forma, os casais que tiveram uma criança afetada têm 25% de risco de recorrência em cada gravidez subseqüente. Nos casamentos consangüíneos, há uma probabilidade maior de nascerem filhos com caráter recessivo, pois indivíduos aparentados têm maior probabilidade do que os não parentes de serem heterozigotos para o mesmo gene mutante.
Antes dos recentes avanços em genética molecular na AME, seus aspectos clínicos não foram alvo de interesse por um período longo e apenas um número pequeno de publicações apareceu antes da década de 1990, quando foi identificado o gene responsável situado no cromossoma 5q.
Cinco anos depois, no começo de 1995, dois genes foram identificados, o SMN (survival motor neuron) e o NAIP (neuronal apoptosis inhibitory protein), e permitiram então em muitos casos a confirmação do diagnóstico de AME através da análise do DNA. Hoje sabe-se que aproximadamente 80 a 95% dos casos de AME são causados por mutações e/ou deleções no gene SMN.
O locus do SMN consiste de dois genes homólogos, uma cópia centromérica (SMNC) e uma cópia telomérica (SMNT). Na presença de deleção de alguns exons do gene telomérico, situação em que a doença se expressa, a quantidade do gene centromérico é o fator determinante da gravidade do quadro.
Os genes da "sobrevida do neurônio motor" – SMN1 E SMN2 - foram localizados no cromossomo 5; eles produzem uma proteína de 254 aminoácidos que tem função muito importante na estrutura de certos neurônios que se iniciam na medula, os neurônios motores inferiores. Quando menos do que 50% da proteína SNM é produzida, a pessoa terá a AME.
A partir da definição genético-molecular da doença, passou-se a utilizar mais este parâmetro no diagnóstico desta doença neuromuscular e em 1999 os critérios de diagnóstico foram revistos.
Análises de acoplamento e deleção na forma clássica de AME e suas variantes foram assunto de várias revisões sistemáticas. Estes estudos permitiram uma definição mais detalhada do espectro clínico da AME e deixou claro que os achados moleculares não são capazes de definir o curso clínico e a progressão da doença. Porém, a presença da deleção no gene SMN em indivíduos com fraqueza muscular simétrica de tronco e membros elimina a necessidade de outros exames complementares.
Entretanto, no Brasil o acesso ainda é restrito ao método de diagnóstico genético-molecular, tornando os critérios adicionais, clínicos e laboratoriais necessários em muitos centros.
O diagnóstico da AME é dado pelo quadro clínico, pelos resultados da eletroneuromiografia, da biópsia muscular e da investigação genética.
Hipotonia, paralisia, arreflexia, amiotrofia e miofasciculação constituem os sinais e sintomas marcantes das AMEs, que são subdivididas em três grupos conforme a idade de início e a gravidade do comprometimento motor. O quadro clínico evolui tão mais rapidamente quanto mais cedo começam.
Clinicamente, a hipotonia e a fraqueza muscular difusa com predomínio das porções proximais dos membros são notadas. Os músculos bulbares e paravertebrais são caracteristicamente afetados, ao contrário dos músculos faciais e oculares que tendem a ser poupados.

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