Dpoc (doença pulmonar obstrutiva crônica)

A (DPOC) é uma enfermidade respiratória previsível e tratável que se caracteriza pela dificuldade ao fluxo de ar em direção aos pulmões (vias aéreas), que não é totalmente reversível. A obstrução ao fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo cigarro.
O processo inflamatório crônico pode produzir alterações dos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e da estrutura pulmonar – parênquima (enfisema pulmonar).
Às duas formas mais comum de DPOC são a Bronquite Crônica e o Enfisema Pulmonar que apesar dessas doenças estarem habitualmente presentes no mesmo paciente, podendo predominar os sintomas de uma ou outra, dificilmente encontradas na sua forma “pura”.
Na bronquite crônica a passagem do ar (brônquios) está inflamada, com aumento da produção de muco pelas glândulas, causando tosse, catarro e mal estar ao longo de anos.
No enfisema pulmonar, os alvéolos pulmonares são paulatinamente destruídos pelo cigarro e sua cicatriz leva a uma perda da elasticidade pulmonar dificultando a respiração. Aos poucos vão se formando grandes espaços aéreos decorrentes da destruição da árvore brônquica e alvéolos, reduzindo a capacidade de troca de ar normal (a troca de oxigênio por gás carbônico). Como resultado, a respiração torna-se cansada e ineficiente, levando a uma de falta de ar persistente (dispneia).
A prevalência da DPOC, segundo a ALAT – Associação Latino-Americana de Tórax, é de 6 a 15,8% da população com idade igual ou superior a 40 anos. Em 2004 foi a 5ª maior causa de internação no sistema público de saúde no Brasil (196.698 internações) e com gasto aproximado de 72 milhões de reais. A taxa de mortalidade subiu de 7.88 em cada 100.000 habitantes na década de 80 para 19,04 em cada 100.000 habitantes na década de 90 (340% de aumento). Oscila entre a 4ª e 7ª causa de morte no Brasil.
Os fatores de risco para a bronquite crônica e o enfisema pulmonar incluem:
Fatores externos:
-O tabagismo (a prática de fumar);
- Exposição aos irritantes no ar conhecidos específicos ou substâncias químicas nocivas (cola, mercúrio, pó de carvão e sulfeto de hidrogênio);
- Exposição à poluição (níveis altos de dióxido de enxofre e particulatos – partículas suspensas no ar);
- Exposição nos locais de trabalho a produtos orgânicos no ar ou gases tóxicos, especialmente em moinhos de algodão e em industriais de plantas artificiais (plástico);
- Fumaça de lenha;
- Infecções respiratórias graves na infância;
- Problemas respiratórios frequentes,
- Dia a dia compartilhado com um fumante (exposição secundária ao fumo);
- Condição socioeconômica.
Fatores individuais:
- Deficiência de alpha1-antitripsina: É causada por uma mutação genética (herdada) resultante da falta dessa proteína protetora aos pulmões. Em pessoas com esta forma de enfisema, a lesão pulmonar pode aparecer antes dos 30 anos de idade, décadas mais cedo que o começo habitual do enfisema relacionado ao fumo;
- Deficiência de glutationa transferase;
-Alfa-1 antiquimotripsina;
-Hiper-responsividade brônquica;
- Desnutrição;
- Prematuridade.
Pessoas com DPOC têm geralmente sintomas de bronquite crônica e de enfisema pulmonar.
Bronquite crônica:
-Tosse com catarro matutina (é o sintoma mais encontrado): pode preceder a falta de ar ou aparecer simultaneamente;
- Persistência e progressão da tosse ao longo do dia e não somente no inverno, mas ao longo do ano, com crescente produção de muco;
- Falta de ar;
- Cianose (uma cor azulada na pele – em razão à falta de oxigênio);
- Taquipneia (respiração rápida);
- Insuficiência cardíaca por sobrecarga do coração tentando vencer a resistência pulmonar causando dor torácica, inchaço (edema) nos tornozelos, pernas e, às vezes, do abdome (ascite).
Enfisema:
- Falta de ar precoce relacionada aos pequenos esforços;
- Progressão da falta de ar aos mínimos esforços;
-Respiração rápida e curta (taquipneia);
- Tosse;
-Dor torácica;
-Aumento do diâmetro do tórax (torna-se distendido como um barril);
- Cansaço constante;
-Dificuldade para dormir;
- Perda de peso.
O tratamento da DPOC visa aliviar os sintomas e controlar as crises tendo em vista que a DPOC é irreversível e tende a ser progressiva.
Embora parar de fumar seja muito efetivo durante as fases mais precoces da DPOC, também pode reduzir a velocidade de perda da função pulmonar nas fases mais avançadas.
O tratamento da DPOC pode incluir:
-Estratégias durante os exercícios e as atividades diárias;
- Controlar a respiração (expirar durante a parte mais forte da atividade e usar a respiração labial e diafragmática);
- Eliminar atividades desnecessárias (usar um roupão atoalhado após o banho ao invés de enxugar-se, deixar a louça secar após a lavagem, usar sapatos sem cordões, etc.);
-Solicitar auxílio quando necessário (o grau de dependência pode ser máximo nas fases mais tardias);
- Organizar o tempo (incluir períodos de repouso entre as atividades diárias; intercalar atividades fáceis e difíceis, etc.);
-Andar devagar (a pressa só aumenta o desconforto respiratório);
- Mudanças no local de trabalho (evitar a exposição à poeira, às substâncias químicas irritantes e à poluição do ar);
-Evitar o contato com pessoas que fumam e com toxinas no ar (desodorantes, spray para cabelo, inseticidas, etc.) em casa;
-Medicamentos – Incluem os broncodilatadores (medicamentos que abrem as vias aéreas), administrados sob a forma de spray inalatório ou em forma de comprimidos; antibióticos para tratar infecções respiratórias agudas (como a pneumonia bacteriana), e corticosteroides para reduzir a inflamação da via aérea;
- Exercícios regulares-para melhorar a força e aumentar a sensação de bem-estar, até mesmo se não melhorar diretamente a função pulmonar;
- Fisioterapia respiratória- é indicada nos pacientes com muita secreção (muco). A inalação deve ser feita uma ou mais vezes ao dia por 15 a 20 minutos, precedida de tapotagem (aplicação de tapas no tórax do paciente para fazer vibrar a secreção das vias aéreas periféricas e deslocá-la para as grandes vias aéreas);
- Boa Nutrição – A dieta pode ajudar a manter a força e melhorar a resistência contra as infecções. A água pode ajudar a manter o muco menos espesso e facilitar sua eliminação;
- Oxigenioterapia - Se o paciente não estiver conseguindo oxigenar o sangue efetivamente a oxigenioterapia pode aumentar a sobrevida, reduzir o número de hospitalizações, aumentar a tolerância aos exercícios, ajudar a aliviar a insuficiência cardíaca, melhorar a função mental e o humor;
Transplantes pulmonares ou transplantes de coração-pulmão - Transplantes são considerados em casos selecionados

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