Você sabia que o corpo humano é formado por mais de 600 músculos esqueléticos que permitem ao homem ser capaz de se movimentar rapidamente, reagir a estímulos em velocidade? As fibras musculares pode ajudar o corpo humano a gerar potência durante um chute ou um soco e suportar horas de exercício físico, como uma prova de maratona ou iron man.
A formação da Massa muscular
A massa muscular do corpo humano é composta por dois tipos principais de fibras musculares que são as vermelhas e as brancas. As fibras vermelhas são também chamadas de Tipo I ou de contração lenta, Já as brancas são o Tipo II ou de contração rápida.
Classificação das Fibras
A classificação das fibras foi feita por pesquisadores através das suas características contráteis e metabólicas.
E de forma resumida, você pode ver as diferenças entre os dois tipos de fibra abaixo:
FIBRAS DE CONTRAÇÃO LENTA (Tipo I)
As fibras tipo I que são as vermelhas, utilizam o sistema de energia aeróbico que tráz mais oxigenação nos músculos.
Abaixo trazemos algumas características, como:
- Contração muscular lenta;
- Capacidade oxidativa (utiliza o oxigênio como principal fonte de energia);
- Coloração: Vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias);
- São altamente resistentes à fadiga;
- São mais apropriadas para exercícios de longa duração;
- Predomina em atividade aeróbicas de longa duração como natação, corrida.
FIBRAS DE CONTRAÇÃO RÁPIDA (Tipo II)
É considerado o anaeróbico como o regime de energia utilizado. Isso quer dizer que trabalha, ao mesmo tempo, diversos músculos do corpo, não apenas um ou uma região especifica.
Abaixo, elencamos, também, algumas características:
- Alta capacidade para contrair rapidamente (a velocidade de contração e tensão gerada é 3 a 5 vezes maior comparada às fibras lentas);
- Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e glicose);
- Coloração: Branca;
- Fadigam rapidamente;
- Gera movimentos rápidos e poderosos;
- Predomina em atividades anaeróbicas que exigem paradas bruscas, arranques com mudança de ritmo, saltos. Ex.: basquete, futebol, tiros de até 200 metros, musculação, entre outros.
Os dois tipos estão presentes em todos os grupos musculares do organismo, no entanto, existe o predomínio de um tipo sobre o outro que dependem do músculo e de fatores genéticos.
As fibras e o esporte
Durante uma partida de futebol, por exemplo, ambos os tipos de fibra contribuem para a execução do movimento, o que difere é o número de unidades motoras que é a junção de inúmeras fibras musculares de cada tipo que serão recrutadas.
No caso do atleta que precisa dar um arranque para não deixar a bola sair ou saltar para cabecear, as fibras rápidas (tipo II) é que serão enfatizadas pela musculatura envolvida no movimento. Mas, nem por isso, as fibras tipo I ficaram inativas nesse momento.
Homens, mulheres e crianças possuem 45% a 55% de fibras de contração lenta nos músculos de membros inferiores e superiores. Não há diferenças sexuais, porém a distribuição das fibras varia de indivíduo para indivíduo.
No atletismo, por exemplo, é fácil perceber a diferença. Atletas que correm longas distâncias possuem predominantemente fibras de contração lenta (90% a 95% no músculo gastrocnêmio, popular panturrilha).
Já os velocistas, possuem mais fibras de contração rápida e os atletas que competem em provas de meio-distância possuem percentuais aproximadamente iguais dos dois tipos de fibra.
A influência da genética
O principal fator que influencia nessa variação do tipo de fibra muscular entre cada indivíduo é a genética, porém o treinamento físico é capaz de modificar até certo ponto a predominância de cada tipo de fibra muscular.
Isso é possível, porque além desses dois tipo, a fibra Tipo II possui uma subdivisão, chamada de fibra intermediária ou Tipo II a que possuem características oxidativas e glicolíticas.
O treinamento físico aeróbico é capaz de estimular a capacidade oxidativa desse tipo de fibra, promovendo ao indivíduo um maior número de fibras capazes de resistir à fadiga, ou seja, as fibras II a adquirem maior característica do Tipo I.
Treinamentos Físicos
A ênfase no treinamento anaeróbico, por outro lado, como treinos de força, estimula a capacidade glicolítica, gerando maior força e potência muscular, porém se tornando menos resistente à fadiga.
Apesar de o treinamento físico promover considerável modificação nas fibras musculares, a genética é o principal fator determinante no tipo de fibra que cada pessoa possui.
Por isso que, principalmente no ambiente de academias, costuma-se dizer que quem nasceu lagartixa jamais será crocodilo, elucidando o fato de algumas pessoas treinarem, mas atingirem um platô no ganho de massa muscular, também chamada de hipertrofia muscular, em determinado momento.
Fatores hormonais, neurais, nutricionais e ambientais também influenciam no desempenho de cada pessoa. O importante é saber que seu corpo é único e sempre terá respostas diferentes ao treinamento em comparação ao de outra pessoa. A variação na distribuição e número de fibras musculares é apenas uma das diversas diferenças no organismo de cada um.
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Este artigo utilizou referências como: MCARDLE, W.; KATCH, F.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2003. E, FOX. E, KETEYIAN, S. J.; FOSS, M. L. Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1998, para a sua construção.